A necessidade do outro. Sem ou, ou talvez. A dor a gente carrega, depois mata, e ainda continua a carregar na mochila. Não sei, mas creio que Cecília e Kaleo têm a msma coisa guardada dentro de si. Bonito no papel. Doído na vida real. Adriana Calcanhotto canta o peso nos ombros dos dois. A dor replica, pinica! Cecília tenta, mas ainda não consegui deixar de lado o peso nas costas. Se faz de Atlas do mundo contemporâneo, de intrínsecos ideais bem fundamentados na ética, e na lei do retorno. Mas o que ela ainda não vê é a força que Atlas tem, junto com a Lei do Retorno, sobre sua idéia mais profunda de que nada sabe, e que a vida acontece naturalmente aos que buscam viver, independente de respostas temporais. Mas ela tenta, e respira. Ela Cecília. Ele ainda vive lá dentro do casaco dela esquentando-a em sua psicossomatia de fábula, é seu asfalto e a rasga por dentro em todas as direções, ainda que o contato inexista. Mas ela continua a tentar não ser Atlas, em espanhol, numa Gibraltar tão distante feito Netuno.
Mas ela tenta, e vai atrás da responsabilidade de viver bem. Sucumbe ao conjunto vento+sol que atravessa seu caminho e deixa de lado por um momento o alter ego dramalhão em que mergulha sempre que não evita o excesso de sentimentalismo pobre em zinco e cálcio.
Blog do Pablo
quarta-feira, 27 de abril de 2011
terça-feira, 29 de março de 2011
Wolf & I
Cecília voltava por volta das 18 horas do trabalho, cansada, usando seus sapatos estampados em flores do oriente, tipo indianos, que lembram algo de grife longe dos não-me-toques típicos do segmento. Cansada, de walkman nos ouvidos, era inevitável pensar um pouco. Contas a pagar, pendências a terminar, projetos a conquistar, novas regras da língua portuguesa para assimilar, vontades a reprimir, fôlego pra continuar. Cecília tivera um namorado. Marcos André era do tipo agitado. Cecília, pacata. Marcos André vivia a mil, fazendo seus networks. Cecília tinha ouvidos atentos. Marcos André gastava tempo. Cecília também. Marcos André vivia ao telefone, o telefone de Cecília aguentava uma semana fora da tomada. Marcos André começou um novo relacionamento. Cecília não tinha nome composto, mas procurava cuidar de si mesma.
quinta-feira, 15 de julho de 2010
Em Brasília 19 horas
Não tenho aquela 'fome de vida'. Escutei em algum lugar que quem corre atrás da vida, nao vê que ela passou o tempo todo do seu lado, sem ser percebida.
domingo, 6 de junho de 2010
0800
Um poço de petróleo sujou o solo do peito descamisado. O fósforo viria a explodir o que não produz mais afeto cru. Impermeabilizado o coração sedento desacostumado à vida de cacto solto na vasta superfície árida, despovoada de Massachuihiuefjssets.
É difícil quanto acreditar que há sempre um lado que pese e um outro lado que flutua
É difícil quanto acreditar que há sempre um lado que pese e um outro lado que flutua
sábado, 5 de junho de 2010
Com-sequências da queda
Tive a inexata noção do meu sofrimento hoje. Imagine-se ao lado da pessoa que te deixaria escolher por você mesmo trocar tudo que sublimemente te faz feliz, pra ficar ali com ela, tocando seus cílios no rosto dela. Trocar a temperatura da chuva pelo cheiro de seu cabelo. Trocar o vento cortante de inverno, pela fração de segundo em que ela contempla naturalmente uma situação inocente, e que te deixa bobo. Trocar a vida lá fora pra sentir o abraço que te protege física e espiritualmente, até das causas genéticas psicológicas de tudo o que voce carrega por dentro e de tudo o que passa nos telejornais. Imagine como seria..
Agora imagine cultivá-la, sem egoísmo, estresse, rispidez.
Agora, imagine perdê-la.
Há muito o que aprender antes que essa pessoa surja mais uma vez, e dure mais do que pouco menos de 1 ano. Amar alguém assim, é diferente de ser mãe, penso eu. Sempre tem pra onde correr. Se não é você quem corre, ela o faz. Se despede e sai de dentro de você pela portinhola que você ainda não percebera que tinha. Na verdade você sai de dentro dela sem querer sair. Ela permanece em você sem querer ficar.
quarta-feira, 5 de maio de 2010
Desperta-dor
Incrível. Meu delay não acompanhou tua expectativa. Meu relógio horário daqui, o teu, São Paulo. Onde foi que vivi se nem me lembro se existi antes de você? Agora não me traz mais teus olhos piscando feito criança, e sim a tarde fria, e a estrela estacionada no meu peito, vazio. Estou lutando pra não morrer, definitivamente, do amor que estou sentindo.
Traga devolta o oposto desse vazio, me traz teus armários abertos,
que encerrarei meus olhos cegos, fuso horário do Amapá.
Traga devolta o oposto desse vazio, me traz teus armários abertos,
que encerrarei meus olhos cegos, fuso horário do Amapá.
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Vicissitudes
Eis minha subjetividade: percebo a vida como um processo de transformação, caminho que construímos ao caminharmos.
Percebo-a também como dádiva: tenho aprendido, diariamente, que ela é frágil e, acima de tudo, finita. Isso faz com que eu busque respeitá-la, apreciá-la e cuidá-la e, nessa medida, dedicar-me a ela, vivendo-a como se vive um grande amor: Buscando o prazer máximo do encontro." (G. Bartucci)
Percebo-a também como dádiva: tenho aprendido, diariamente, que ela é frágil e, acima de tudo, finita. Isso faz com que eu busque respeitá-la, apreciá-la e cuidá-la e, nessa medida, dedicar-me a ela, vivendo-a como se vive um grande amor: Buscando o prazer máximo do encontro." (G. Bartucci)
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