quarta-feira, 27 de abril de 2011

Nos braços de Calipso

A necessidade do outro. Sem ou, ou talvez. A dor a gente carrega, depois mata, e ainda continua a carregar na mochila. Não sei, mas creio que Cecília e Kaleo têm a msma coisa guardada dentro de si. Bonito no papel. Doído na vida real. Adriana Calcanhotto canta o peso nos ombros dos dois. A dor replica, pinica! Cecília tenta, mas ainda não consegui deixar de lado o peso nas costas. Se faz de Atlas do mundo contemporâneo, de intrínsecos ideais bem fundamentados na ética, e na lei do retorno. Mas o que ela ainda não vê é a força que Atlas tem, junto com a Lei do Retorno, sobre sua idéia mais profunda de que nada sabe, e que a vida acontece naturalmente aos que buscam viver, independente de respostas temporais. Mas ela tenta, e respira. Ela Cecília. Ele ainda vive lá dentro do casaco dela esquentando-a em sua psicossomatia de fábula, é seu asfalto e a rasga por dentro em todas as direções, ainda que o contato inexista. Mas ela continua a tentar não ser Atlas, em espanhol, numa Gibraltar tão distante feito Netuno.

Mas ela tenta, e vai atrás da responsabilidade de viver bem. Sucumbe ao conjunto vento+sol que atravessa seu caminho e deixa de lado por um momento o alter ego dramalhão em que mergulha sempre que não evita o excesso de sentimentalismo pobre em zinco e cálcio.

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